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quinta-feira, 17 de março de 2011

108º ANIVERSÁRIO DE MARTINS NAPOLEÃO

Foto de Martins Napoleão


17 de Março de 1903. Este é o dia, mês e ano em que nascera o ilustre poeta unionense Benedito Martins Napoleão do Rêgo, integrante da Fase Acadêmica dentro da “Literatura Piauiense”. Hoje, Martins Napoleão completa o seu 108º aniversário. Lembrando que, fará 30 anos em Abril que o poeta faleceu. Todavia, ficará para sempre vivo e guardado em suas obras poéticas.

"Esses valores da terra em sua poesia é o idílico que está presente. Às imagens que guardou de sua União campestre, da sua União cheia de natureza. Ele faz com que isso jorre de forma tão romântica, tão intensa que você não consegue ver nada de banal nisso, mas tudo de grandioso. Penso que a família é que dá origem a religiosidade, como já disse, e essas imagens retiradas da infância e da parte da adolescência que fazem grandiosa a sua poesia" - afirma Herculano Moraes.

Um poeta que nascera no antigo Estanhado (hoje União), foi muito mais que um grande poeta, ou seja, também fora professor, jornalista e tradutor. Além do mais, já presidiu a APL (Academia Piauiense de Letras). Formado plenamente em Direito, também foi Inspetor Federal de Ensino, Secretário Geral do Estado, Interventor Federal, Consultor Jurídico do Banco do Brasil e Advogado da antiga Superintendência da moeda e do crédito.

O grandioso Martins Napoleão vivera parte de sua infância e adolescência aqui no Piauí. Mantendo sempre forte a sua filosofia expressada em seus pensamentos, por isso, pouquíssimos conseguiam penetrar em sua literatura. Seu princípio deu-se à Literatura Inglesa (Kids, Coleride), no qual tinha uma forte inspiração.

O ilustre poeta piauiense morrera em 30 de Abril do ano 1981, no Rio de Janeiro, aos seus 78 anos, deixando, é claro, grandes obras poéticas. Dentre estas obras, destacam-se como principais:

O Cancioneiro Geral, 1981, reúne sua obra poética, composta, entre outros, por Copa de Ébano, 1927; Poemas da Terra Selvagem, 1940; Caminho da Vida e da Morte, 1941 e Prisioneiro do Mundo, 1953.

Segue abaixo algumas de suas grandes obras:


Poemas da Terra Selvagem
1940

Prelúdio

As árvores aqui são tão altas
que as estrelas cansadas dormem nos seus galhos.

E há tanto silêncio nos seus vales
que o sol da tarde pára, admirado, em cima das montanhas.

Os pássaros têm um canto tão bonito
que a madrugada nasce mais cedo para os ouvir.
E a noite é tão clara
que as almas pensam que seja um lago de se banharem.

Há tanta riqueza
que as águas mortas dos pauis brilham de noite
fabulosamente:
é um delírio tão grande como o da febre dessas águas.

A luz, de tão intensa,
atravessa a alma dos meus patrícios:
é por isso que há tantos poetas
na minha terra.
________________


O Amor

Aqui, o amor
é brutal e violento
como o sol do meio-dia
na posse plena da terra.

É como o sol que seca as fontes.
________________


Caminhos da Vida e da Morte
1941

Cabem muitos amores

Em cada coração cabem muitos amores,
como todas as cores cabem em nossos olhos
e todos os sons em nossos ouvidos.

Para nós, uma cor e um som apenas
não seriam, com certeza, a vida
mas a monotonia melancólica da eternidade.
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Versículos de Salomão

Eu pensava nas coisas eternas:
na essência da verdade e da beleza.

Eu pensava nas coisas eternas,
quando ofereceste a boca matinal
à sede do meu beijo.

(Como posso, Senhor; recusar, sem soberba,
o fruto macio e orvalhado
que a árvore dadivosa atirou aos meus pés?...)
________________

Última noite de festa

Ao fim de tudo, na hora serena,
se apagarão os meus sentidos
como lâmpadas de festa.

As sombras entrarão
e a casa ficará vazia...


2 comentários:

Brígido & Karla disse...

Parabéns novamente pelo blog....pena que poucos unionenses conhecem seu filhos...vou postar no blog

POEIRAS AO VENTO disse...

"As arvores sao tao gigantes que as estrelas dormem nos seus galhos"
Lindo demais!!
Eu amo arvores, sao poemas que a terra escreve, e os homens às derrubam pra escreverem seus vazios...