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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Túnel do tempo >> Más Lembranças de horror em 1991 em União

Foto tirada no Google imagens.


Voltando ao tempo, podemos recordar do trágico acidente da empresa Comvap no ano de 1991 que chocou o Piauí todo. Eu ainda não era nascido neste tempo, mas tenho informações catastróficas do acidente em União-PI. Diziam -se que o hospital principal de União estava totalmente lotado com as vítimas do acidente. Foi concerteza um horror.

Segundo uma reportagem realizada no "Bom dia meio norte, no ano de 2009 eu estava ligado na tv, e nesta reportagem falava um rapaz chamado Francisco Gomes, que naquele tempo tinha apenas 13 anos. Francisco dizia que eles eram tratados na Comvap como verdadeiros escravos, sem o mínimo de respeito e atenção. Segundo ele, todos trabalhavam no sol escaldante de União e ainda bebiam em tambores de óleo que ficava flutuando a nata do óleo na água. Era o jeito eles beberem porque se não morreriam de cede.Isso era uma forma de exploração com os trabalhadores.

O acidente ocorreu em 19 de julho de 1991 e vitimou 50 trabalhadores, sendo 10 mortos e 40 feridos.

De lá pra cá, nenhum ferido ou familiar dos mortos do acidente da Usina Comvap, recebeu nenhum centavo da empresa.

Segundo o povo na ocorrência do acidente, afirmavam que eles pareciam escravos sendo carregados em um caminhão, tipo um gaiolão com os trabalhadores, ou melhor, com os explorados dentro do veículo no qual ocorreu o trágico acidente.

O processo de indenização correu na Justiça Estadual, comarca de União, e se arrastou por 17 anos até ser arquivado em 8 de maio de 2008.

Agora, o bóia-fria Francisco Gomes, mais conhecido por Alexandre, hoje com 30 anos e que no acidente tinha apenas 13 e teve as duas pernas decepadas, entrou com nova ação, desta vez, na Justiça Federal. Na ação indenizatória por acidente de trabalho, o denunciante pede R$ 303 mil.

Esse fato ficará marcado como um acontecimento de alta irresponsabilidade da impresa Comvap(pretence ao Grupo Olho D'água de Pernambuco)que ocasionou um acidente com seus trabalhadores ocorrido no município de União no dia 19 de Julho do ano de 1991.

domingo, 28 de junho de 2009

Participação de União em batalhas sangrentas.

foto tirada de http://silvalopes.zip.net/images/212.jpg(localização do Estanhado(hoje União-PI) no mapa onde as tropas itinerárias de Fidié passou)

A história da cidade e de sua gente registram-se muitos fatos que influíram na história geral do Piauí, especificamente a participação nas lutas pela independência. A história oral registra que toda a população pegou em armas demonstrando que o povo de União não ficou de braços cruzados pela libertação do Piauí, porém a história não mostra a participação do povo unionense nas batalhas do Jenipapo e na Balaiada.

União participou da Batalha do Jenipapo, em 1823, a maior luta em terras piauienses pela nossa independência, e da Guerra dos Balaios, quando as forças legais bateram os rebeldes, sob o comando de Ruivo e Pedregulho.

Na Batalha do Jenipapo, União que na época era simplesmente Estanhado teve participação decisiva pela independência do Piauí. Conta – se que o Comando Brasileiro na época em Campo Maior formado por gente simples e humilde, estava à espera do comandante das tropas portuguesas, o Major João José da Cunha Fidié, sabendo que este poderia alterar sua rota ruma a Oeiras, numa tentativa de evitar o confronto com as tropas aquarteladas em Campo Maior, teria ordenado que as tropas sob o Comando do Capitão João da Costa Alecrim ficassem posicionadas em Estanhado (hoje União - PI).

Na tarde de 12 de Março, o comando brasileiro autorizou a ida de um emissário ao Estanhado com a ordem expressa de comunicar ao comandante Alecrim que naquele porto se encontrava em prontidão o rumo que Fidié tomara.
União (Ex-Estanhado) serviu como local de passagem de Fidié onde ficou acampado até 29 de março de 1823 e de lá, atravessou o rio Parnaíba, acampou no Marro das Tabocas, hoje Alecrim, em Caxias – MA, onde foi cercado por piauienses e cearenses, daí se consolidou a nossa independência.

Como se pode perceber, União teve participação decisiva pela nossa independência, no qual o povo unionense deu força na batalha do Jenipapo lutando e morrendo pela nossa liberdade, um povo simples e humilde que estavam empenhados e dispostos por um mesmo ideal: “LUTAR”. Lutar para garantir a independência nacional.

Por ocasião da Balaiada, União foi palco, em 06 Setembro de 1839, de sangrentas batalhas onde as forças aliadas da coroa portuguesa enfrentaram e venceram os separatistas rebeldes, liderados por Lívio Lopes, que fugiam de Caxias-MA e estavam aquarteladas no Estanhado.

Este estudo enfoca um dos movimentos sociais do século XIX conhecido na historiografia como Balaiada, ocorrido do final de 1838 a meados de 1841, no Piauí, Maranhão e Ceará, de um lado, grandes proprietários de terra e escravos, autoridades provinciais e comerciantes; de outro, vaqueiros, artesãos, lavradores, escravos e pequenos fazendeiros - mestiços, mulatos, sertanejos, índios e negros - sem direito à cidadania e acesso a terra, dominada e explorada pelas oligarquias locais que ascenderam ao poder político com a “proclamação da independência” do Brasil.

No Piauí envolveu quase que a totalidade de seus municípios, como Parnaíba, Piracuruca, Campo Maior, Jerumenha, Paranaguá, União, entre outros, ocupados pelos “rebeldes” ou “balaios” - vaqueiros, artesãos, lavradores, pequenos fazendeiros, escravos, índios e mestiços e caboclos - que pegaram em armas contra a ordem vigente. Essas camadas populares marginalizadas da sociedade por um sistema econômico escravista e por uma política centralizadora, conduziram a Balaiada no Piauí para lutar contra as arbitrariedades do Barão da Parnaíba que governava o Piauí desde 1823 de forma autoritária.

Esse foi um dos motivos que levou a participação popular na Balaiada, no Piauí, revolta de fundo social e concreta. Uma manifestação popular desencadeada pelas manifestações populares no Maranhão em dezembro de 1838. O povo unionense derramou seu sangue na Balaiada, onde sua população maior presente na luta eram vaqueiros. Vaqueiros destemidos e dispostos a lutarem. Foi uma revolta de fundo social e concreta. Uma manifestação popular.

União era habitada por índios Tremembés?

Alguns estudiosos da história de União devem ter alguma dúvida a respeito da ocupação de tribos Tremembés na região, mas de fato, União tem muitas probabilidades de ter sido povoada por estes nativos.

Segundo dados piauienses o norte do Piauí era habitado por índios Tremembés.

Os índios Tremembés foram os primeiros habitantes do litoral piauiense que ficaram mais ao norte e ao cento - norte do Piauí, na qual há rígidas probabilidades da cidade de União ter sido povoada por índios Tremembés.
Existem vestígios e documentos que comprovam a ocupação deles no litoral piauiense, desde o século XIII até o final do século XVII, eles também habitavam, dentre alguns lugares, a região do baixo Parnaíba, local hoje, onde fica União.

A tradição oral tremembé abarca uma sequência de episódios que retrocedem à fundação da missão onde foram aldeados por missionários leigos. O conjunto de histórias sobre o passado mais antigo forma um primeiro ciclo narrativo que se interrompe bruscamente no final do século XIX. Apartir daí já não se existia mais índios Tremembés no Piauí. Atualmente não se tem mais nenhuma nação indígena no Piauí.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Martins Napoleão


Benedito Martins Napoleão do Rego nasceu no dia 17 de Março de 1903 no município de União(PI). Filho de Artur Napoleão do Rego e Olímpia Martins do Rego. Foi professor, poeta, jornalista e tradutor. Formado em Direito, também foi Inspetor Federal de Ensino, Secretário Geral do Estado, Interventor Federal, Consultor Jurídico do Banco do Brasil e advogado da antiga Superintendência da moeda e do crédito.
Presidiu a Academia Piauiense de Letras. A sua matriz era a literatura inglesa (Kids, Coleride), no qual ele se inspirava muito. Por conta de seu contorno filosófico e de seu plano ideológico, poucos conseguiam penetrar em sua literatura. O grandioso Martins Napoleão viveu parte de sua infância e adolecência aqui no Piauí.

"Esses valores da terra em sua poesia é o idílico que está presente. Às imagens que guardou de sua União campestre, da sua União cheia de natureza. Ele faz com que isso jorre de forma tão romântica, tão intensa que você não consegue ver nada de banal nisso, mas tudo de grandioso. Penso que a família é que dá origem a religiosidade, como já disse, e essas imagens retiradas da infância e da parte da adolescência que fazem grandiosa a sua poesia" - afirma Herculano Moraes.
Clique no link abaixo e veja uma entrevista com Herculano Moraes, a respeito do injustiçado unionense Martins Napoleão: http://www.portalentretextos.com.br/dicionario-de-escritores/martins-napoleao,49.html

Em 30 de Abril de 1981, falece no Rio de Janeiro o ilustre e grandioso Benedito Martins Napoleão do Rego. Ele deixou grandes obras, entre as várias, destaca-se como as principais,

O Cancioneiro Geral, 1981, reúne sua obra poética, composta, entre outros, por Copa de Ébano, 1927; Poemas da Terra Selvagem, 1940; Caminho da Vida e da Morte, 1941 e Prisioneiro do Mundo, 1953. Faleceu no Rio de Janeiro em 1981.

Poemas da Terra Selvagem
1940

Prelúdio

As árvores aqui são tão altas
que as estrelas cansadas dormem nos seus galhos.

E há tanto silêncio nos seus vales
que o sol da tarde pára, admirado, em cima das montanhas.

Os pássaros têm um canto tão bonito
que a madrugada nasce mais cedo para os ouvir.
E a noite é tão clara
que as almas pensam que seja um lago de se banharem.

Há tanta riqueza
que as águas mortas dos pauis brilham de noite
fabulosamente:
é um delírio tão grande como o da febre dessas águas.

A luz, de tão intensa,
atravessa a alma dos meus patrícios:
é por isso que há tantos poetas
na minha terra.
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O Amor

Aqui, o amor
é brutal e violento
como o sol do meio-dia
na posse plena da terra.

É como o sol que seca as fontes.
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Caminhos da Vida e da Morte
1941

Cabem muitos amores

Em cada coração cabem muitos amores,
como todas as cores cabem em nossos olhos
e todos os sons em nossos ouvidos.

Para nós, uma cor e um som apenas
não seriam, com certeza, a vida
mas a monotonia melancólica da eternidade.
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Versículos de Salomão

Eu pensava nas coisas eternas:
na essência da verdade e da beleza.

Eu pensava nas coisas eternas,
quando ofereceste a boca matinal
à sede do meu beijo.

(Como posso, Senhor; recusar, sem soberba,
o fruto macio e orvalhado
que a árvore dadivosa atirou aos meus pés?...)
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Última noite de festa

Ao fim de tudo, na hora serena,
se apagarão os meus sentidos
como lâmpadas de festa.

As sombras entrarão
e a casa ficará vazia...
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