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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Contos de FeleKeche

DA BRINCADEIRA À REALIDADE



Desde cedo, muitas crianças brincam de brincadeiras violentas e desonestas [...].

Marcos era um menino de uns onze ano, e, como toda criança, gostava de brincar do “esconde-esconde”, “salva-latinha”, do “trisca”, entre outras. Mas havia uma brincadeira que só no nome chamava a atenção: “Polícia e ladrão”. O objetivo desta mísera brincadeira era organizar ali mesmo uma roda com os amigos e no “zero-ou-um” ou no “mamãe-mandou” tentar a sorte para quem será o policial ou o ladrão. O mais incrível era que a maioria, ou praticamente todos, queriam exercer o papel de ladrão, pois para eles eram mais divertido se esconder e fugir da polícia do que ficar correndo atrás do ladrão e tentar adivinhar o local onde o fora-da-lei se escondera.
[...]
Então, ali fizeram uma roda Marcos (ou simplesmente “Cabeça-de-Prego”), Juca, Neto, Pedro (ou mesmo“Negrinho”), Felekeche, José, Raelson e Mateus (ou “Bentiví”). E no meio deste agrupamento de meninos, surge como líder da brincadeira nada mais que Marcos, ou melhor, do que o Cabeça-de-Prego. O jovem garoto se aborrecia quando era escolhido para ser policial, inclusive, chegava até a querer brigar com os colegas pra ser ladrão na brincadeira.

Uma merda de brincadeira, tão violenta, envolvida a tapas, ou seja, o garoto que fazia o papel de ladrão tinha o direito de fugir e de se esconder ali por perto, não muito longe, todavia, quando o sujeito fosse encontrado pelos policiais da diversão ou mesmo jogo, eles apanhavam de tapas e socos destes tais policiais de mentirinha. Isto estava dentro do regulamento da brincadeira. E só participava desta, segundo eles, só quem fosse Homem de verdade com “H” maiúsculo. Porém, isso não é algo que homem nenhum deva fazer, ou melhor, que “mininote” nenhum como estes deveriam fazer. Esses garotos tinham entre onze, doze e treze anos.
O resultado final disso tudo é que a maioria virou bandidos de verdade sendo que Marcos, o protagonista desta estória, foi um dos mais perigosos bandidos que já se teve notícia até hoje.
Por isso crianças, não brinquem dessas brincadeiras violentas. Também já fui e continuo sendo criança e sei disso tudo, até porque vivenciei tudo isso. Ahhh... ia me esquecendo, meu nome é Felekeche, tenho trinta e nove anos e era amigo de Marcos. No meu tempo, eu só exercia o papel de policial, e, hoje, sou um dos mais respeitados policiais do Piauí. Enquanto a Marcos, meu ex-amigo de infância, morrera assassinado com um tiro no peito ao se envolver em um rolo com traficantes.


[Antonio Félix]

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